Qual é a medida de aproveitamento de algo? Não falo somente de coisas mensuráveis, como colheres de açúcar ou de chá ou tantos emeéles de suco de caju.
Falo de sensações, de sentimentos, de reações…falo, como já devem imaginar, de fatos subjetivos que carecem de uma medida definida exterior que os define por comparação. Quero saber, então, como se faz para saber o quanto uma experiência valeu a pena.
Assim, chego para falar como foi a nossa ida ao festival Splash! 2019.
Pra quem não sabe, o Splash é um festival super popular de hip hop que acontece há não sei quantos anos aqui na Alemanha, num estado vizinho ao que moramos. Acontece sempre em Ferrópolis (que não é a cidade/dorf em si) um local para eventos muito bacana.
Pra terem um ideia, imaginem se o último filme da franquia Mad Max se tornasse consciente, resolvesse pular da tela e, cansado de reprises intermináveis e da mesmice da sua vida, resolvesse se transformar num local para festas….isso mesmo, BAD-frikin-ASS!
O line up desse ano também prometia; desde nomes locais até super astros mundiais como Future, A$ap Rocky, $uicide Boy$ e Chance the Rapper dariam o ar de sua graça na cidade de ferro.
Além disso, precisávamos entreter minha sobrinha que nos visitava…no papel, não tinha como dar errado né?
Pois é gente; deu…e não deu.
Atribuo os percalços de nossa visita à nossa própria ignorância: faltou entender como a organização funcionava e sua dimensão. Descobrimos isso tudo lá, na hora, e confesso que foi um pouco frustrante. Esse relato vale, então, como um aviso de amiga que diz: prepare-se! Faça o dever de casa e não preocupe-se depois em correr atrás do prejuízo.
Número 1 – acampe no local
Se há “males que vêm para o bem”, garanto agora que há “bens que dão carona ao mal”.
Quando procurávamos por um lugar para nos hospedar, o Jean quase nos colocou num pardieiro perdido numa das cidades que circunda o locar do Splash. Amém Jesus por eu ter visto e corrigido esse desatino!
Bookei um hotel maravilhoso em Lutherstadt Wittenberg, uma cidadezinha de 20 e poucos mil habitantes que “só” foi o berço da vertente Protestante do Cristianismo. Já ouviu falar de Martinho Lutero? Então gata, pisamos onde ele pisou…
…pena que essa benção se mostrou parcial, pois ao chegar lá, descobrimos que a nossa capacidade logística de ida/volta do Splash ficou radicalmente reduzida. Afinal estávamos no ponto mais distante de Ferropolis, cerca de 40 minutos de ônibus.
Até aí tudo bem né? Preço justo a se pagar. Eis que surge um novo detalhe: o transfer tinha horários restritos; inclusive nem operando em um dia do festival ou nos forçando a voltar super cedo, tipo 19 horas. Lembrando que os headliners entravam, em média, às 22 horas…
Bummer?
Assim amiga, quer ir para o Splash? Aceita que o picumã vai ficar no coque boa parte dos três dias de festival e a-cam-pe no local viu?
Coisa de jovem né? Imagina eu e o Jean lá? Hahahahahahahahahahahahahahahaahahahahahahahahhaahahhahahahahahahaha…só rindo…
Número 2 – não tem número 2
Me dei conta que o fato de acampar por lá basicamente resolveria todo e qualquer problema…simples!
Do que vimos, amamos a micro-festa no platz da Jäggermeister com seu rapper local mostrando que no lugar da voz há sim possibilidade de existir uma metralhadora giratória à la parceiro do Schwarznegger e Predador (nós brasileiros bem que sabemos disso né?).
Também o rapper Lil Anything At All, da Inglaterra, arrasou num palco secundário e botou a galera num mosh pit insano. Sério gente, quem diria que em show de hip hop a galera dançasse como se num de hardcore? Passada menino…passada!
Ah sim! A sala de imprensa ARRASOU! Super confy, internet bombástica, banheiros limpíssimos e muita boa educação: tudo que uma casa precisa para te receber bem. Precisa mais?
Então é isso minha gente…espero que tenham gostado de ouvir/ler sobre mim depois de tantos meses.
Prometo que escreverei mais? Não sei…será?
“Como assim? Prometo que prometerá? Ou que vai escrever algo?”
Ah, vai se catar Jean!
P.S: deu uma chovidinha também…né?