Pensei muito antes de escrever esse post, primeiro porque não sou nutróloga, médica, personal trainer e muito menos formada em Educação Física, ou seja não tenho – e levem isso em consideração – nenhum embasamento profissional pra falar sobre vida saudável (alheia).
Mas conversando com o Jean, decidi falar sobre um outro aspecto, sobre essa vida mais leve que ando tendo e cultivando aqui na Alemanha. Depois que postei uma foto usando calça baixa e mostrando um pouquinho a barriga, recebi várias mensagens tanto na imagem quanto no meu stories perguntando sobre a “dieta” que eu estava fazendo, como eu consegui aquela barriga mais saradinha, treinos, entre outras coisas.
Bom gente, primeiro: eu NÃO faço dieta. Mesmo! Quem me conhece e até quem segue o Monalisa desde o comecinho já leu alguns posts em que eu conto que depois que perdi 13kg – em uma dieta ferrenha e difícil lá em 2000 -, eu jurei pra mim mesma que evitaria o tanto que pudesse deixar de comer algo pra “emagrecer”.
Óbvio que esse trauma de dieta veio do fato de eu ter a feito sem qualquer acompanhamento nutricional na época (foi no grito mesmo) e juro que não indico a ninguém isso viu, zelem pela saúde de vocês e nunca mudem drasticamente sozinhas.
Aliás, desde meus 18/20 anos em que eu tinha uma briga danada com a balança até agora com meus 37 eu passei por várias fases em termos de “cuidados com o corpo”: já fiz dieta sozinha (e novamente, não indico mesmo), já tomei remédio pra emagrecer (isso então foi pior ainda, cheguei a ter que usar óculos porque minha visão ficou ruim por conta do remédio acreditam?), já cheguei na nutricionista e disse que não ia deixar de comer açúcar e nem de tomar cerveja, já mudei drasticamente minha alimentação, já treinei pra ser minha própria musa fitness, já deixei de treinar porque cansei da vida fit, já fiz promessa pra ficar sem comer açúcar por 1 mês (eu sofro de ansiedade então durante 2 momentos na minha vida tive que fazer isso porque estava ansiosa demais), e finalmente… mudei de país e tive que me adptar a uma outra realidade, da qual confesso: venho curtindo muito!
E é isso que vou dividir com vocês, essa fase mais digamos saudável que venho vivendo aqui. Pra começo de conversa meninas (and meninos), não foi algo que eu disse pra mim mesma “ah, agora vou malhar e comer bem pra ficar sarada”, não mesmo! Acho que isso nem passou pela minha cabeça, ahahhaa.
Sinceridade? Essa “troca” de país acarretou em uma drástica mudança em nossa vida, nos jogando no colo a verdade: ou muda ou cai fora, ehehe.
Começando pelo exercício físico, quando chegamos aqui optei por não me matricular em academia nenhuma (tinha decidido curtir meu inverninho em paz), mas o tapa na cara veio logo cedo: como não temos carro, tínhamos que andar ou a pé ou de train, e nada melhor que caminhar pra conhecer a cidade não é mesmo? Sem contar a economia.
Acontece que andar 2/3km começou a me cansar demais, me faltar ar, em resumo: minha resistência física estava uó, ahaha. Como o Jean já queria voltar a treinar me matriculei depois de 2 meses na academia (em pleno dezembro) pra começar inocentemente na esteira, lá de vez em quando um abdominalzinho (bem de vez em quando), e nos melhores dias um treininho (quase nunca).
Enquanto rolava essa ida vez ou outra pra academia de um lado, do outro lado o supermercado nos reservava algumas surpresas, ahaha. Nunca fui muito fã de carne vermelha (salvo o bife acebolado da minha mãe e a cada almoço especial do dia dos pais um churrasquito do Papito), mas aqui deixei de comer carne, por duas razões: 1 – a carne aqui é muito dura e não é gostosa (vou comer carne ruim pra quê?) e 2 – o Jean anda transitando pelo universo do vegetarianismo e veganismo (bem no começo ainda), então ele jogou no meu colo esse negócio de “vamos tentar não comer mais carne vermelha?”, e assim foi, e confesso que não tenho sentido falta.
É claro né gente, e não vou esconder e nem mentir pra vocês, vez em quando rola um Big Mac em viagem (porque amo de paixão o numero 1 completo ahah), e se paro em algum restaurante italiano não deixo nunca de pedir um macarrão a bolonhesa, mas em casa mesmo não fazemos mais comida com carne vermelha.
Com essa baixa da carne vermelha começamos a prestar mais atenção em receitas coloridas (leia-se cheia de verduras e legumes) e é impressionante o quanto de receitas deliciosas têm pela internet, eu mesma que nunca gostei de cozinhar tenho me aventurado em vários pratinhos ( 90% com peixes e frangos). E o tanto que essas comidas são mais leves? Amo sair da mesa bem alimentada sem peso no estômago.
Daí aqui nessa hora vocês me perguntam: Mas Mi, você disse que não faz regime, mas também não come carne e ai? – fora isso, que, reitero, não aconteceu porque eu quis, mas porque foi me “empurrado” (né Jean?) ehehe – eu como tudo o que gosto.
Pra vocês terem uma ideia meu café da manhã é waffel com Nutella!
Também não deixo de tomar sorvete (aqui eles são viciados em sorvete e o valor de um potão é 2 eurecas, então é algo que não falta na minha geladeira), de tomar minha cervejinha de sexta/sábado e almoço de domingo (isso quando não rola um vinhozinho no jantar com o marido), ou mesmo do meu frapuccinno do Starbucks.
Isso eu definitivamente não parei!
O que fiz foi acrescentar ainda mais legumes, verduras e frutas (que amo de paixão) no meu dia a dia. Eu como tudo de forma super equilibrada, sem passar vontade ou sem comer demais.
Equilíbrio sendo vida desde sempre…
Além é claro de andar muito, é série gente tudo o que eu faço aqui eu procuro fazer a pé, então isso me ajudou muito. E por fim, mas não menos importante: com o tempo eu fui me sentindo mais disposta a treinar mais, então a cada dia eu procurava melhorar, fui me sentindo mais apta a não apenas a andar na esteira, mas a correr, a andar de bike, a treinar perninhas, bumbum e bracinhos e o que mais amo: a fazer abdominal.
O lance da academia é que com o tempo você começa a enxergar resultado e isso te inspira a melhorar. Tipo, esses dias olhei meu popô no espelho e pensei: gente, e não é que ele deu uma levantadinha? Toma essa, gravidade!!!!
A retenção de líquido diminuiu bastante (sou magrinha mas sempre tive muita retenção), o meu estômago que sempre foi alto com a corrida e a esteira também deu uma super desinchada, os bracinhos começaram a fazer um tchau menos eloquente ehehe, vi um desenho nas minhas costas que nunca tinha visto, são essas coisas que vão motivando né?
Não digo motivar a virar musa fitness, longe de mim ahaha. Embora vocês tenham me pedido qual é o treino que venho fazendo eu achei melhor não tornar isso um primeiro foco porque primeiro acho mega perigoso repassar exercícios sem conhecimento e segundo: cada corpo e cada caso é diferente um do outro. O que funciona pra mim pode não funcionar pra vocês. Eu mesma seguia uma galera fit no insta e deixei de seguir porque não só aquele estilo de vida não combinava comigo como também não era um patamar que eu queria alcançar. E seguir só por seguir pra me desafiar? Jamais! To fora de passar vontade de comer algo em nome de uma barriga sarada ou me quebrar fazendo um treino que não estou preparada pra fazer.
Sempre deixo claro que eu treino pra ser feliz comendo o que tenho vontade, pra me deixar mais leve no dia a dia e pra ser uma pessoa mais saudável e envelhecer de forma mais saudável, não pra virar exemplo pra ninguém.
Por isso gente, tive todo um cuidado pra escrever esse post. Porque minha intenção é apenas responder pra vocês algumas das suas dúvidas, não pra dizer que vocês tem que fazer exercício, ou tem que parar de comer carne vermelha, ou tem que ir pro trabalho a pé. A minha vida aqui me alinhou pra viver dessa forma, e espero de todo coração continuar seguindo essa crescente de melhora. Mas acredito piamente que cada um desenha o seu estilo de vida, e esse vem sendo o meu por aqui.
Tudo aconteceu de forma gradativa, nada de imediato. E enquanto vou me sentindo bem comigo mesma vou seguindo feliz. Não é mesmo?
p.s – Alguém me perguntou no Stories sobre pão. Eu sou viciada em pão, ahaha, e aqui na Alemanha não tem como ir na casa de alguém sem comer um caminhão de pão, haha. Mas no dia a dia eu opto pelo wrap mesmo. Fiz essa troca há uns 4 anos quando fiz acompanhamento nutricional com a Luana Gruber e me acostumei. Só como pão na casa dos parentes do Jean aqui ahah (por sinal, no natal em 4 dias engordei 5kg só de pão acreditam? Era pão no café da manhã, no lanche antes do almoço, no lanche depois no almoço e na janta). Fiquei 3 meses sem aparecer por lá pra dar conta ahahah. Mas voltei… ♥
p.s 2 – O açúcar aqui vem da beterraba, ou seja, não é tão “doce” quanto o brasileiro e não dá aquela ânsia de se ter sempre essa coisa no sangue.
Sem contar que a prática constante de exercício físico (academia e andanças sem fim) diminui consideravelmente a minha ansiedade. Sendo assim, bye bye #1mêssemacúcar!